
A acne é usualmente considerada uma doença da adolescência; a acne fisiológica, entretanto, pode ser observada na idade adulta em 54% das mulheres e 40% dos homens. A acne facial clínica (grau 0,75), porém, ocorre em 3% dos homens e 12% das mulheres, e sua prevalência não diminui substancialmente nem mesmo após os 44 anos de idade. A maioria dos casos de acne adulta pode ser classificada como persistente, mas há casos com verdadeiro início tardio (após os 25 anos).
A acne vulgar desaparece depois da adolescência na maior parte dos meninos, em geral depois dos 20 anos, enquanto as mulheres podem continuar a sofrer dessa afecção ainda durante a vida adulta. Na última década, verificou-se o aumento na idade dos portadores de acne de 20,5 para 26,5, com predominância de mulheres. A acne da mulher adulta é diferente da observada no adolescente, mostrando predomínio de pápulas e pústulas com ausência de comedões. Esses casos eram anteriormente classificados como erupção acneiforme e não como acne verdadeira, já que se supunha serem desencadeados por agentes externos, como drogas, cosméticos, produtos químicos e outros.
Mesmo não havendo risco de vida, a acne pode ter graves conseqüências psicológicas e na qualidade de vida das pacientes. Em qualquer idade, pode causar distúrbios psicológicos e, em estudo de pacientes do sexo feminino com acne grave, verificou-se que elas não só avaliam negativamente sua imagem corporal, como também apresentavam auto-estima diminuída, parâmetros que melhoraram após o tratamento. Sabendo-se que pacientes com acne podem experimentar discriminação ao tentar conseguir emprego, o tratamento bem-sucedido propicia, sem dúvida, muito mais do que apenas benefícios cosméticos.
A acne da mulher adulta deve ser entendida como um problema especial, diverso do que ocorre no adolescente, e, como tal, deve ser encarada e tratada seriamente, mesmo nos casos brandos, devido aos transtornos de ordem psicológica que pode causar.